sexta-feira, 17 de setembro de 2010

O dia de hoje.

Um fato é: eu não carrego dinheiro na bolsa. Carrego somente os passes contados para o ônibus e voilá.

Hoje um cara me abordou e pediu dinheiro, eu disse que não tinha. Ele me olhou de baixo para cima e respondeu "Você não tem dinheiro?". Eu estava com uma das únicas calça jeans que me servem, com uma blusa de frio fina e uma sapatilha (surradinha já) que uso para trabalhar. Uma bolsa do Alexandre Herchcovitch que comprei numa promoção de 50% e uma mochila da Mizuno que custou 53 reais. Preços baratos em vista do que a massa consome hoje em dia. Eu nunca me exibi e nunca me preocupei em comprar coisas caras. Gosto de coisas funcionais. Se custa barato ou caro, eu levarei porque ela satisfará minha necessidade. (Claro que não sou louca de pagar preços exorbitantes, o caro que digo é o valor que ainda vale pelo benefício que terei com o produto.)

Bem, eu respondi novamente que não tinha e que meus passes estavam contados. Ele puxou minha bolsa, eu puxei de volta. Ele continuou puxando e eu puxando de volta. Até que gritei para uns funcionários da AVA que estavam por perto. Ele assustou e parou do meu lado como se estivesse conversando comigo e me disse "Depois que eu assalto você, eu que estou errado né? Você não quer me dar o dinheiro. Fica esperta!" e saiu andando.

Eu não fico com raiva, fico assustada. Porquê eu tenho que pagar por ele ser daquele jeito? Eles agem como se nós fôssemos culpados por eles estarem daquele jeito e tiram a culpa da costas deles. Aliás, existem vários tipos: os que estão fazendo isso porque querem, porque é da sua natureza. Os que fazem por necessidade e, no fundo, não queriam machucar ninguém, entre outros. Só sei que em situação nenhuma eu seria capaz de machucar meu próximo por um erro meu e da sociedade.

Por todos eles eu sinto muito e rezo. E não adianta culpar o governo atual disso, pois isto começou bem antes. Séculos atrás. Quando acharam melhor excluir os não-perfeitos do mercado de trabalho invés de ensiná-los e aperfeiçoá-los. Quando decidiram que sem faculdade a pessoa não teria um emprego e salário melhor. Quando decidiram que se a pessoa não tem dinheiro pra comprar uma casa, arme um barraco no morro. Não tiro o dever do governo atual de tentar consertar esse fator, mas não adianta culpá-los por não conseguirem.
Acredito que temos que focar nas propostas do governo para educação, moradia e saúde. Somente isso formará pessoas melhores para o futuro. Se não dá para consertar o agora, vamos construir o futuro.

Somos tão cobrados para fazer boas ações, mas enquanto os "grandões lá de cima" não fizerem as boas ações deles, não dará certo. Um país é feito por todos, sem mais nem menos. Eu fiz a minha parte? Então você precisa fazer a sua parte.

Espero que os "grandões" parem de dar ordem e coloquem a mão na massa e essa sentença não serve só para o governo, mas para instituições de ensino, empresas, igrejas etc.

Um comentário:

minofez disse...

bom, eu sempre acreditei que para o futuro de uma nação, o principal investimento a ser feito é investir pesadamente em educação, que é a base de tudo. Uma base tão forte, que pode transformar todo o resto. não acho errado investir em saude e moradia, pois de alguma forma as coisas ainda tem de ser mantidas, mas a verdadeira mudança, o verdadeiro crescimento só virá com a educação e isso faz-se necessario urgentemente.

amore, te amo mais do que tudoo

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