terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Com quem você aprendeu isso?

Hoje eu e minha mãe conversávamos sobre relacionamentos familiares no café da manhã e eu acabei lendo para ela um trecho de um livro que terminei de ler ontem:

"Amar é...educar

Pode acontecer com todo mundo: um dia me vi em um bufê, às 4 horas da tarde de um sábado, em uma festinha infantil. Vou pouquíssimo a este tipo de evento porque as únicas crianças que existem em minha vida são dois afilhados, de 7 e 2 anos de idade que, felizmente, me expõem pouco a esse doce pesadelo.
Já que eu estava lá mesmo, aproveitei para uma pequena pesquisa sócio-comportamental com as mães perguntando o que faziam, onde trabalhavam, enquanto acompanhávamos a correria das crianças. Das seis mães, duas não trabalhavam. Pode ter sido coincidência, mas não pude deixar de reparar que os filhos das mães que não trabalhavam eram mais controlados e obedientes que os das outras. Já os filhos das que trabalhavam não responderam nenhuma das vezes ao chamado da mãe.
Não estou fazendo nenhuma análise sociológica aqui, mas ao longo da conversa pude observar quanto estas mães se sentiam culpadas de não estarem mais tempo com suas crianças e que, por isso mesmo, quando estavam com elas, tinham mais dificuldade em se impor, dizer não, ou seja, educar. Não queriam ficar com imagem de chatas nas poucas horas que conseguiam passar com os filhos. Aí está um grave erro da parte delas: confundir dar limites (que criança precisa e gosta) com repressão.
Conclusão dessa apressada tese: mães que trabalham, saibam que amar é educar. E as crianças, ultimamente, não estão mais sendo educadas pelas mães, mas pelas babãs, avós, tias ou escolas que, obviamente, não têm a mesma autoridade ou a força delas. Os pequenos vão crescer sem códigos, sem dicas de comportamento. Pior para eles, pobrezinhos. Isso vai fazer falta mais tarde. O mundo privilegia os bem-educados."
Glória Kalil em Alô, Chics!

É isso mesmo! Eu concordo! As mães atuais estão deixando para as creches/escolinhas/etc a tarefa de educar e ensinar o que é certo ou o que é errado para seus filhos. O pior dos enganos! E sabemos que cada vez mais é difícil ver crianças obedientes ou saudáveis e os pais estão perdendo autoridade e os limites.
Outro exemplo que poderia encaixar muito bem nesse trecho do livro da Glória, são os pais que trabalham e nem no tempo de folga dão carinho e educação para as crianças. Deixam elas fazerem o que quiserem, enquanto estão ocupados com suas coisas. Estamos caminhando para um mundo cada vez mais egoísta, onde a paixão por educar e zelar os filhos está se perdendo. E nada substitui essa falha, nada. Aliás, não entra na minha cabeça o porque uma pessoa deixaria de cuidar de algo que saiu de dentro de dentro dela e que ela cuidou durante 9 meses.
Essas mães e pais têm que tomar consciência logo, senão mais tarde não adiantará dizer "Eu não te ensinei isso!", pois não ensinaram nada!

2 comentários:

minofez disse...

Bom, verdade seja dita, amar é educar e ter pouco tempo não é desculpa nenhuma, fato esse eu reconheço em mim, pois memso trabalhando fora desde sempre, minha mãe educou eu e meus irmãos dignamente. Não digo que algumas vezes senti a ausência dela em certo momentos de conquistas, mas não nego que graças a ela eu as consegui, então sim eu concordo plenamente que quem ama educar. Atualmente eu vejo uam crescente falta de cuidado nesse aspcto que chega a ser gritante e isso apra mim é uma das coisas inaceitaveis na sociedade atual.

nha te amomuito amoreee ^^

=*

Santiago disse...

Esse texto me fez perceber uma coisa muito importante: Eu não tenho contato com crianças na minha rotina e não devo ter dirigido a palavra para uma há, pelo menos, um semestre ou, esparçamente, 6 anos, o que é um alívio (enquanto eu não tiver os meus, é provável que eu cntinue a achá-las coisinhas insuportáveis).

Acho que todo pai faz merda e isso define quem você é. É certo afirmar que sempre vamos colocar a culpa de todas as nossas inseguranças mais primais e reincidentes nos nossos pais e é meio impossível não fazê-lo. Nos resta, portanto, começar a se entender do jeito que dá com eles, pra tentar ser um pouco melhor no ponto onde falharam, por que vamos todos falhar, e muito, nos nossos.